Em protesto, mulheres garantem que goleiro quer “fama e glamour” no Operário
Folhamax
Dezenas de mulheres se reuniram na noite desta terça-feira (21) em frente ao estádio Dito Souza, em Várzea Grande, para protestar contra a contratação do goleiro Bruno Fernandes pelo Clube Esportivo Operário Várzea-grandense. O jogador recebeu aval da Justiça de Minas Gerais para cumprir a pena em regime semiaberto, onde está acertado para defender o “Chicote da Fronteira”, que estreia no Campeonato Mato-grossense nesta noite contra o Poconé.
Bruno Fernandes foi condenado em 2013 pela morte da ex-amante Eliza Samúdio. O crime ocorreu no ano de 2010 e, desde então, o corpo dela não foi localizado, apesar do goleiro e outros envolvidos terem admitido que ela foi morta.
Alguns envolvidos disseram até que ela teve o corpo entregue a cachorros. Uma das líderes do protesto, a procuradora e presidente do Conselho de Defesa da Mulher, Gláucia Amaral, explicou que o retorno de Bruno ao futebol não representa o “instituto da ressocialização”.
Para ela, o atleta pretende recuperar a fama que tinha nos tempos em que jogava no Flamengo-RJ. “Não estamos falando de nova chance. Eu fico muito triste de ver o instituto da ressocialização, que é tão precioso para as pessoas que estão hoje nas nossas cadeias públicas ser utilizado para falar de uma pessoa que não fala de ressocialização, mas na recuperação de glamour, em ter uma vida glamorosa”, colocou.
Gláucia Amaral disse que a população não ignorar o crime cometido por Bruno, mesmo que ele já tenha cumprido parte da pena e recebeu o aval da Justiça para cumprir o restante em liberdade. Para ela, é preciso lembrar a gravidade da morte da ex-amante. “Ele é condenado por um dos crimes mais bárbaros, que descrever esse crime causa horror”, frisou.
A procuradora pontuou que o goleiro tem todo direito de ser reinserido na sociedade, inclusive exercendo atividade privadas. Contudo, não pode ser “exemplo e ídolo” para a sociedade, especialmente crianças e jovens. “Como se o ato que ele praticou não tivesse nenhuma repercussão social. A pena, o valor da liberdade ele já recuperou. E de fato, a reinserção social já até aconteceu. Ao que consta, ele é empresário, tem suas atividades, administra seus bens, já era bem sucedido antes”, assinalou.