Crise despenca geração de empregos em MT
A criação de novas vagas de emprego formal, em Mato Grosso, em 2014 encerrou com o pior resultado da série história do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para o Estado desde 2007, ao contabilizar 11,7 mil novos postos celetistas, aqueles com carteiras assinadas. Na comparação com o exercício 2013, por exemplo, quando foram consolidadas 48 mil novas frentes, a redução atinge 75% em um intervalo de um ano. Desempenho tão fraco não se viu nem mesmo durante o período crise e pós-crise mundial, posteriormente à eclosão da bolha imobiliária nos Estados Unidos em 2008, com desdobramentos ainda na economia mundial em 2009 e 2010. Nesses anos, a geração de empregos no Estado fechou os períodos com saldos de 19 mil, 31,9 mil e 34,1 mil, respectivamente.
Ontem, o MTE divulgou os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). O Brasil criou 623,1 mil vagas formais de trabalho nos setores público e privado em 2014. O resultado é menor que o total de empregos gerados em 2013 (1,49 milhão). Em números absolutos, este é o mais baixo resultado de geração de vínculos empregatícios desde 1999.
O número de empregos formais no Estado alcançou 804,5 mil em dezembro de 2014, correspondendo a um crescimento de 1,47% em relação ao estoque de emprego de dezembro de 2013. Em valores absolutos, esse aumento representou a criação de 11,7 mil postos de trabalho, em relação a dezembro do ano anterior. Em 2013, na comparação com dezembro do ano anterior, por exemplo, eram 48 mil novas frentes de trabalho. Em 2012, 35,2 mil. Em 2011, 52,8 mil. Em 2010, 34,1 mil. Em 2009, 31,9 mil. Em 2008, 19 mil e em 2007, 53,5 mil.
Ainda conforme a Rais 2014, os melhores resultados setoriais, em números absolutos, couberam aos setores de serviços, com a geração de 8,1 mil postos de trabalho (+4,37%), o comércio, com o aumento de 4,5 mil postos (+2,27%) e a agricultura, com acréscimo de 3,9 mil postos (+3,88%). Já o desempenho negativo foi observado no setor da indústria de transformação (-3,26%), que eliminou 3,5 mil postos de trabalho e da construção civil (-2,18%), que suprimiu 1,1 mil postos de trabalho.
Entre os estados do Centro-Oeste, Mato Grosso fechou 2014 com o terceiro melhor desempenho da região, ao se considerar a criação de novas vagas. O Distrito Federal criou 19,5 mil, o Mato Grosso do Sul, 18 mil, o Mato Grosso, 11,7 mil e Goiás, 5,1 mil.
A Rais avaliou outros indicadores, entre eles, o rendimento médio dos trabalhadores. Na comparação anual, o rendimento dos mato-grossenses aumentou 4,32%, ao passar de R$ 2.184,30 para R$ 2.278,71. Na divisão por gênero, as mulheres tiveram maior evolução no rendimento, alta de 4,79%, contra 4,19% dos homens. Como detalha a Rais, as mulheres, seguem ganhando menos, mas tiveram a melhor performance, passaram de R$ 2,020,59 para R$ 2.117,39 e os homens de R$ 2.287,11 para R$ 2.383,03.