Pecuária é responsável por cerca de 65% da receita do município

Barra do Garças sofreu inúmeras mudanças nas últimas décadas. Se há 50 anos a viagem até Nova Xavantina, distante 150 Km, podia durar um mês inteiro, devido a atoleiros, pinguelas desmoronadas e outras dificuldades encontradas pelo caminho, o mesmo percurso pode ser feito hoje em uma hora e meia.

Essas e outras transformações, além de impulsionadas pelo movimento desenvolvimentista da Fundação Brasil Central, também podem ser explicadas pela intensa atividade pecuária que se desenvolveu na região.

A indústria pecuária, ou seja, a criação e as atividades de aproveitamento do gado, como frigoríficos e curtumes, respondem por cerca de 65% da receita do município. A base da nossa economia é a pecuária e a indústria dos segmentos do boi. A pecuária e atividades afins são responsáveis por cerca de 65% da receita do município.

O rebanho bovino é criado predominantemente da forma extensiva, mas já há projetos de confinamento sendo implantados no município e outros já foram implementados onde desenvolvem a atividade de cria e engorda de bovinos.

Barra do Garças dispõe hoje de um rebanho bovino avaliado em 476.019 mil cabeças. Além disso, a indústria pecuária instalada na cidade atua sobre toda região do Vale do Araguaia, área que se estende do Alto Taquari (divisa Mato Grosso-Mato Grosso do Sul) a Vila Rica (sul do Pará) e abriga um rebanho com cerca de 4,5 milhões de cabeças de gado. A criação do gado é feita em grandes fazendas, muitas com área superior a 1000 alqueires e equipadas com infra-estrutura como asfalto, aeroporto, heliporto e pivôs de irrigação. Essas propriedades, segundo o censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representam 196 dos 596 estabelecimentos agropecuários encontrados em Barra do Garças.

Indústria de segmentos 

Além de grandes fazendas, o município abriga dois frigoríficos e um curtume. O maior dos frigoríficos, o JBS Friboi, abate uma média de 1300 cabeças de gado por dia e emprega cerca de 900 trabalhadores. Da produção média mensal de 4.400 toneladas de carne por mês, 90% é transportada para São Paulo, e o restante é exportado para a Europa e Ásia.

O segundo frigorífico, Margen, com capacidade média de abate de 500 cabeças por dia, está desativado a muitos anos, sem previsão de retorno.

Já o Curtume (JBS Couros) produz o couro curtido e semi-acabado, matéria prima vendida para o mercado interno, Europa e Estados Unidos.

Criação extensiva e intensiva

Em Barra do Garças, a maior parte do rebanho bovino é criada solta no pasto, de maneira extensiva. A geografia da região, caracterizada por um grande planalto sem acidentes geográficos que atrapalhem, repleto de rios e córregos que formam a bacia do Araguaia, permite tal criação.

Ainda, os recursos empregados são baixos, assim como a geração de empregos. Para cuidar de mil bois, somente um peão é necessário.

A exceção é a fazenda Marca Agropecuária, onde cerca de 50 mil cabeças são mantidas dentro de cochos, confinadas e alimentadas de maneira a engordar o boi e alcançar seu ponto de abate em um menor espaço de tempo. A tecnologia empregada permite aos criadores transformar, em um prazo de 100 dias, um animal de 380 kg a 400 kg e um de 480 kg a 500 kg.

Mas, muitos agropecuaristas já dizem que devem migrar para a plantação de soja, por conta dos incentivos que o governo concede ao setor, fazendo com que seja lucrativo o plantio, fato que impulsiona muitos agropecuaristas a se tornarem agricultores.

Essa semana, Barra do Garças deve movimentar a economia no setor agropecuário de uma forma significativa por conta da realização da 32° Expoleste, a feira agroindustrial e comercial que acontece todos os anos na 1° quinzena do mês de setembro, trazendo a Barra do Garças inúmeros investimentos e novos empresários que vislumbram o setor. (Agência da Notícia/Barra do Garças)