Polícia Civil prende quadrilha que atuava na venda ilícita de lotes de prefeitura
Assessoria
Uma operação com objetivo de desarticular uma quadrilha envolvida na falsificação de documentos para venda de lotes urbanos pertencentes ao município de Campo Verde (131 km ao Sul) foi deflagrada pela Polícia Judiciária Civil, na sexta-feira (21.10). A ação resultou na prisão de quatro pessoas envolvidas no esquema, entre elas uma funcionária da prefeitura, além da apreensão de dois veículos, documentos, aparelhos eletrônicos e dinheiro.
Entre os presos estão Alisson Eder Albano Nunes, Diego Henrique dos Santos Campanholo e Ademir dos Santos e a servidora pública, Rosemar Madalena Ferreira. Outros envolvidos no esquema ainda podem ser presos. Todos os envolvidos responderão pelos crimes de associação criminosa, falsificação de documento, peculato eletrônico, sem prejuízo de demais condutas apuradas até o final das investigações.
As investigações que culminaram na operação “Lote Limpo” iniciaram em fevereiro de 2016, a partir de uma denúncia de que pessoas estavam realizando a falsificação de documentos para venda ilícita de lotes do município a particulares, contando com apoio de uma funcionária pública, cuja ação era fundamental para ludibriar as vítimas e garantir o sucesso da fraude.
Conforme apurado nas investigações, a associação criminosa vendia lotes às vítimas, falsificando os documentos necessários para fraude. A servidora pública ficava responsável por alterar no sistema de cadastro imobiliário da Prefeitura os nomes dos proprietários, fazendo a vítima acreditar que o imóvel negociado estava em nome do pessoa que se apresentava como vendedor.
Após a venda fraudulenta, a servidora colocava o imóvel no nome da vítima para que ela acreditasse que a transferência era legítima. Nas investigações foram identificados lotes urbanos negociados pelos golpistas nos bairros São Miguel, Jupiara, Belvedere e Estação da Luz, no município de Campo Verde, porém há suspeita de fraudes em outros lotes em bairros diversos da cidade.
O delegado Mario Roberto de Souza Santiago Junior explicou que no Cartório de Registro de Imóveis o contrato de compra e venda não teria validade, tampouco as certidões negativas emitidas pela servidora, uma vez que os lotes jamais poderiam ser escriturados e registrados em nome das vítimas.
“Os golpistas foram monitorados durante três meses, sendo possível identificar os integrantes da associação criminosa e a forma que agiam. Eles usavam aparelho de rádio do tipo HT para comunicação fechada, por temerem ser interceptados”, destacou o delegado.
Na operação foram apreendidas duas caminhonetes, uma delas uma Toyota Hilux, comprada com o dinheiro adquirido com o golpe, além da apreensão de R$ 2,6 mil em dinheiro, diversos aparelhos celulares, computadores, rádio comunicador, rádio comunicador, documentos de contrato de compra e venda de terrenos e de veículos e uma algema.
Segundo Santiago, as investigações ainda estão em andamento e a Polícia continua ouvindo vítimas e testemunhas dos golpistas. “Esperamos que novas vítimas, ao tomar conhecimento das fraudes, compareçam a delegacia para noticiar o fato e assim concluir o inquérito nos próximos dias”, destacou o delegado.
O delegado agradeceu o empenho de todos os policiais envolvidos na investigação que contou com a participação de policiais civis de Campo Verde e do delegado regional de Primavera do Leste, Fernando Vasco Spinelli Pigozzi e sua equipe e do Núcleo de Inteligência da Regional de Primavera do Leste.