Transportadores podem suspender fretes para o Vale do Araguaia
Viviane Alves/Água Boa News
O Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Mato Grosso (Sindmat) alerta às autoridades e sociedade que empresas já se recusam a aceitar fretes destinados ao Vale do Araguaia.
Transportadores reclamam de abusos de índios que cobram pedágios e saqueiam as cargas, na última ocorrência e com brutal atitude um ônibus foi parado e seus passageiros obrigados a pagar pedágio.
Os motoristas se sentem ameaçados pelos índios. “A Funai, Polícia Federal e o Ministério Público Federal precisam fazer alguma coisa. O MPF já recebeu nossas denúncias. É uma situação humilhante e desesperadora que inibe o setor”, destaca o presidente do Sindmat, Eleus Vieira de Amorim. A representação cita: Associação Waymare, Terra Indígena Utiariti, na Aldeia Bacaval, em Campo Novo do Parecis; Associação Halitina, Aldeia Kotitiko, em Tangará da Serra; e Fundação Nacional do Índio.
“Muitas são as reservas em que há estradas regionais que as transpõe, sendo exemplo em Mato Grosso, a Reserva Utiariti, onde há a
passagem da MT 235 e há a cobrança de pedágio pelas Associações Halitinã e Waymaré, fato este que se estende por vários anos, causando verdadeira repulsa na cidade organizada, que paga os altíssimos impostos e verdadeiramente gera a riqueza de nosso país”, destaca a representação de autoria do Sindmat.
“Eles trancam rodovias, ameaçam motoristas, cobram pedágios, saqueiam cargas e ninguém faz nada”, desabafa outro transportador que prefere não se identificar para não sofrer represálias.
A entidade entende que existe o crime de prevaricação por parte das autoridades. “A prevaricação é latente, uma vez que os representantes do governo federal e estadual têm ciência destes bloqueios para cobrança de “pedágio” e deixam de praticar o ato liberatório das rodovias de ofício, sendo necessário que entidades de classe venham a público exigir medidas dos órgãos governamentais. Quando ‘tomam ciência’ dos fatos retardam qualquer tipo de medida, pois ninguém quer atrito com índios. É como se estes fossem semideuses na terra”, disse o advogado do sindicato, Roni Barbosa.