Turista e segurança denunciam racismo em boate sertaneja

Do G1 MT

Uma turista e um segurança de uma boate sertaneja em Cuiabá denunciaram ter sido vítimas de racismo dentro do estabalecimento há cerca de 10 dias. A jovem de Minas Gerais, que visitava parentes na capital, diz ter sido chamada de “macaca” e escrava por uma cliente da boate. Já o segurança, que interviu após uma confusão entre as duas, alega que a mulher e o namorado dela agrediram a turista e um funcionário do local.

A turista registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil. O caso, no entanto, foi tratado como agressão, segundo o segurança, que não quis se identificar.

Em um post na web, uma amiga da turista publicou um relato sobre agressões. Na publicação, ela diz que a turista estava no estabalecimento quando notou que, em uma mesa, uma mulher a chamava de “macaca”.
As provocações, de acordo com amiga, continuaram até que amigos da mulher, que também estavam na outra mesa, pediram desculpas pelo insultos.

No entanto, pouco tempo depois, ao sair do banheiro, a turista teria sido agredida com um soco no rosto pelo namorado da mulher, segundo o relato da amiga.

Depois de cair no chão, a turista também teria sido agredida pela mulher, que a puxou pelos cabelos.

De acordo com o relato, nesse momento os seguranças interviram na situação. Um deles, que é negro e não quis se identificar, contou ao G1 que o casal também passou a agredir os funcionários do estabelecimento.

“Um dos seguranças foi agredido com um soco e teve o crânio fraturado. Eles diziam que não gostavam de negro, que não queriam ser tocados por nenhum de nós”, relatou.

Ainda segundo o segurança, o homem tentou entregar dinheiro ao funcionário agredido, alegando que “negro gosta de ganhar dinheiro”.

Após as agressões, os envolvidos na confusão foram encaminhados para a delegacia. De acordo com o segurança, os policiais que atenderam a ocorrência não estavam preparados. “Eles foram negligentes. Ouvi que eles não queriam registrar a ocorrência como injúria racial”, disse.

A representante do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CEPIR-MT), Antonieta Luiza Costa, repudiou o fato e lamentou a situação vivenciada pela turista e pelos seguranças.

“Somos conscientes de que ainda existe injúria e discriminação racial. Nós repudiamos todo e qualquer ato de discriminação. O descaso da Justiça, do processo de atendimento, no entanto, desmotiva as vítimas. O que pontuamos, por outro lado, é que a melhor maneira de diminuirmos os casos deste tipo é com a denúncia”, afirmou.

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