Lendas, mistério e aventuras de tirar fôlego na região de Barra do Garças

Francis Amorim/RDNews

Um local marcado por lendas, mistérios, aventuras e que atrai expedições do mundo inteiro. Este lugar é a Serra do Roncador, uma cordilheira que se inicia no pequeno distrito de Vale do Sonhos, em Barra do Garças e se estende até a Serra do Cachimbo, no sul do Pará. Um mistério que já serviu de inspiração para produções de Hollywood e que ainda continua sendo uma incógnita.

Na segunda (5), um grupo de jornalistas, acompanhado pelo secretário Adjunto de Turismo de Mato Grosso, Luís Carlos Nigro, e pelo biólogo e guia turístico da secretaria de Turismo de Barra do Garças, Fernando Penteado, conheceu um pouco desse santuário místico.

O grupo percorreu cerca de 50 quilômetros no platô da Serra do Roncador, conhecendo pontos-chave de sua imensidão. O bico da serra, às margens da BR-158, foi o ponto de partida para a aventura que durou cerca de cinco horas e meia. No trajeto, o guia Fernando relatava fatos curiosos e místicos que só a Serra do Roncador possui, incluindo a origem do nome, advindo do ruído do vento entre as fendas montanhosas.

A Serra do Roncador é rica em detalhes que vão além da imaginação. No bico da serra, por exemplo, é possível, dependendo do ângulo observado, é possível ver a imagem de uma santa e de um índio. Segundo a lenda, são os guardiões do local: um abençoa e o outro protege.

Contudo, o ponto que mais chama a atenção é o arco de Pedra, um mirante de aproximadamente 300 metros de altitude, considerado como o maior ponto de concentração de energia cósmica do planeta. Do alto é possível ter uma visão natural da planície do Araguaia.

“Fechem os olhos, concentrem suas mentes em coisas boas que vocês alcançarão. As vibrações deste local são incomuns. Pessoas de várias partes do mundo vem aqui para sentir toda essa energia positiva”, aconselhou Fernando Penteado, que já perdeu as contas de quantas visitas fez ao Arco.

A cada quilômetro rodado pelo platô da Serra do Roncador é possível ir descobrindo mais e mais belezas naturais. Formações rochosas com imensos paredões variados despertam curiosidades e levam o visitante a conhecer cachoeiras, grutas como a Estrela Azul e sítios arqueológicos com inscrições rupestres, além de formações que lembram concretos de uma obra de construção, tamanha a perfeição da natureza. “Uma obra da natureza”, disse o secretário Luís Carlos Nigro ao fotografar as pedras em meio às rochas.

Ufólogos, portal de Atlântida e coronel Fawcett

Em meio a tanto mistério, a Serra do Roncador é fonte também para pesquisas no campo da ufologia. Ufólogos de várias partes do país acreditam que o local é ideal para contatos com extraterrestres. Inclusive há relatos de avistamento de objetos não identificados, o que reforça a tese de quem o Roncador é mesmo um lugar especial. Um dos registros teria acontecido em 1999, próximo à Lagoa Encantada.

A lenda sobre os mistérios do Roncador aponta também que a cadeia rochosa, com cerca de 800 quilômetros de extensão, seria o portal de entrada para Atlântida, a cidade perdida. Exploradores e estudiosos de várias partes do planeta já visitaram o local em busca desse portal, porém ainda não se descobriu a verdadeira entrada para o continente desaparecido. Ou, se alguém a encontrou, não retornou para explicar onde fica.

O certo é que por onde se anda pela Serra do Roncador é possível encontrar boas opções de turismo e misticismo e cabe, a cada visitante, desfrutar ao máximo de suas belezas. Principalmente as cachoeiras escondidas em meio aos paredões, onde é possível chegar somente de carros com tração nas quatro rodas e o auxílio de guias, sob pena de desaparecer na floresta fechada, como aconteceu recentemente com um grupo de turistas, resgatado pelo Corpo de Bombeiros.

A fama da Serra do Roncador extrapola fronteiras e ganhou a tela dos cinemas pelo personagem Indiana Jones, dirigido pelo cineasta Steven Spielberg e interpretado pelo ator Harrison Ford. A produção cinematográfica foi inspirada no coronel Percy Harrison Fawcett, membro da Artilharia Real Britânica, que deixou a Índia na década de 1920 para explorar a região mato-grossense por acreditar na existência de civilizações antigas.

“Ele acreditava que aqui era o paraíso e saiu, na companhia do filho Jack e de um ajudante, à procura de uma cidade perdida, que seria formada de ouro, e não foi mais visto. A partir desses relatos, a Serra do Roncador passou a ser vista como um santuário místico e ecológico, despertando o interesse de pesquisadores e estudiosos”, relata o guia Fernando.

A história de Fawcett retorna às telonas com o filme The Lost City of Z (Z: A Cidade Perdida), interpretado pelo ator Charlie Hunnam, que vive o coronel já na fase adulta. No filme, os exploradores procuram justamente pelo coronel britânico que desapareceu tentando encontrar a lendária cidade Z, na região da Barra do Garças, em 1925.
Além dos mistérios do Roncador, o turista que visitar a região ainda poderá conhecer uma fazenda localizada no alto da serra, que se prepara para ser a maior produtora de mel de abelha do país. Vale a pena a aventura.

Como chegar

Por meio das rodovias federais BRs 070 e 158. São 506 quilômetros partindo da capital até Barra do Garças, mais 60 quilômetros até o distrito de Vale dos Sonhos. Maiores informações podem ser obtidas na Secretaria Municipal de Turismo – (66) 3402-2000 e com os guias do Centro de Atendimento ao Turista (66) 3401- 9781.