Goiás registra sete crianças vítimas de violência por dia em 2022
O crime bárbaro praticado contra a estudante Luana Alves, de 12 anos, acendeu alerta sobre a violência contra à criança no estado. A jovem foi morta estrangulada pelo pedreiro Reidimar Silva Santos, de 31 anos, após reagir a uma tentativa de estupro.
Depois de morta, o homem partiu o corpo da menina, ateou fogo e o concretou no quintal de casa, no setor Madre Germana 2, em Goiânia. A jovem estava desaparecida desde o último domingo, 27, sendo que o corpo foi encontrado apenas nesta terça-feira, 29.
Luana, porém, não foi um caso isolado. Apenas neste ano, entre 01 de janeiro e 31 de agosto, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP) registrou 11 homicídios de crianças entre 0 e 12 anos de idade.
Sete crimes por dia
Ao todo, a pasta contabilizou 1.767 casos de violência contra a criança nos primeiros oito meses (242 dias) deste ano. Ou seja, o estado registrou 220 crianças vítimas de violência por mês, sendo sete por dia durante o período.
Entre os crimes que mais tiveram registros estão: estupro de vulnerável (1.025 casos) e lesão corporal (504 casos), seguindo por abandono de incapaz (227 casos) e homicídio (11 casos).
Já em todo ano passado, a SSP contabilizou 2.349 registros, sendo: 1340 (estupro de vulnerável), 703 (lesão corporal), 287 (bandono de incapaz) e 19 (homicídio).
Crimes sexuais
Conforme a titular da DPCA de Aparecida de Goiânia, Thaynara Andrade, entre os crimes mais praticados estão lesão corporal, ameaça e abuso sexual. Os crimes de ordem sexual, inclusive, vão desde a ‘simples’ importunação até os atos físicos.
O estupro de vulnerável ocorre quando o autor pratica conjunção carnal ou outros atos libidinosos com menores de 14 anos. A pena para esse crime varia de 8 a 15 anos de prisão, de acordo com a investigadora.
“Geralmente, as pessoas que praticam esse crime são do convívio da vítima, podendo ser pais, padrastos, tios, avós, primos ou amigos da família. Uma forma de evitar esse tipo de abuso, é manter sempre um adulto supervisionando a criança, além de não deixá-la na companhia de pessoas estranhas”, disse.