Sampaio diz ser inocente no caso Valério Luiz: “não teria motivo para mandar matar”

Acusado em ter sido mandante do assassinato do jornalista Valério Luiz, em 2012, o ex-cartorário Maurício Sampaio garantiu em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira, 4, que não tinha motivos para uma atitude tão extrema e tudo não passa de uma “grande armação e circo” para incriminá-lo. Além disso, afirmou que vai participar do julgamento. “Estarei lá na segunda, no banco dos réus, mesmo sabendo que sou inocente.”

O julgamento está previsto para acontecer a partir das 8h30 da próxima segunda-feira, 7, em Goiânia. Esta é a quinta tentativa do júri, que já foi adiado quatros vezes. A sessão, que só tem horário de início, ocorre no Plenário do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), no Setor Oeste. O jornalista foi assassinato em julho de 2012.

Cinco réus são acusados do homicídio: Urbano de Carvalho Malta, Marcos Vinícius Pereira, Maurício Borges Sampaio, Djalma Gomes da Silva e Ademá Figueiredo Aguiar Silva.

Ao todo, participam do julgamento 24 testemunhas, sendo 5 do Ministério Público; 5 do Maurício; 5 do Ademá; 5 do Djalma e 4 do Urbano. O réu Marcos Vinícius não arrolou testemunhas. Também haverá a presença de 7 jurados.

Segundo o Ministério Público, o crime ocorreu em julho de 2012, em razão de críticas feitas pelo profissional, que teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, à época ligado à direção do Atlético Goianiense. O ex-cartorário nega as acusações.

Ainda coletiva, ele frisou que é inocente. “Eu vou lutar até o fim para provar a minha inocência”. Maurício diz que nunca fugiu e que é um “cara” que sofre. “Sentei no banco de réu sabendo da minha inocência. Tenho essa convicção.” Durante sua fala, ele também negou que tenha bens e imóveis supostamente atribuídos a ele, como uma fazenda no Texas, EUA.

Sampaio reforçou que na época do assassinato tinha 53 anos de idade já com “vida estabelecida”. “Eu quero dizer que é muito duro pra mim, como pai, como avô, ter minha vida virada de cabeça para baixo por uma coisa que jamais eu faria. Eu não tenho motivo para isso. Nos meus 53 anos, na época, com a vida estabelecida. Porque que eu ia buscar num crime, uma coisa barbárie dessas. Não participei, não sou culpado disso. Sou inocente mesmo”, pontuou.

Defesa

O advogado de defesa, Ricardo Naves, criticou a polícia judiciária que, de acordo com ele, se tornou objeto da denúncia e não apurou nada. Para ele, “a polícia judiciária, que não foi nada científica, quis apenar preencher lacunas e dar vida as fantasias da carta denuncia”, duvidando de provas que demonstravam que o suposto executor (Ademá Figueiredo), estaria em local adverso na hora do crime.

Ele ainda afirmou que Manoel de Oliveira, pai de Valério, não levou à polícia que sofreu atentados e assaltos após a morte do radialista. E, ainda, que um filho do segundo casamento dele estava envolvido em dívidas do tráfico. Segundo Ricardo, Valério Filho, filho do jornalista, também não informou essas questões.

Ele também critica que a Justiça não investigado a ligação do processo de um ex-jogador de Trindade contra Valério, o qual teria flagrado o desportista usando droga em um bar de Goiânia e divulgado o caso na imprensa.



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