Conheça os riscos de exames com contraste que pode ter matado goiana

Utilizados na obtenção de uma melhor definição nas imagens de ressonância magnética, os exames com contraste, conhecidos também de contrastados, facilitam a avaliação para o médico. No entanto, a substância é apontada como a causa da morte de Bruna Nunes de Faria, de 27 anos, em uma clínica de Goiânia.

Os “meios de contraste” são capazes de absorver a radiação ionizante durante o exame, gerando imagens definidas na tela de um computador. Há diversos tipos de contraste, que variam conforme as composições químicas. Dentre os químicos estão o sulfato de bário, contraste iodado ou gadolínio. Eles são escolhidos conforme a necessidade do exame que será realizado. A medicação pode ser feita por via oral, venosa ou injetada na cavidade.

No entanto, há riscos na utilização de contraste para exames, principalmente de causar efeitos colaterais. Reações alérgicas, queda da pressão arterial ou intoxicação dos rins e coração, por exemplo, são registrados como efeitos colaterais. A recomendação é que o uso seja feito em casos específicos e adequada indicação médica.

Confira três riscos de exames com contraste

1. Reação alérgica aguda

Chamada de anafilaxia, a reação é caracterizada pelo surgimento de urticária, acompanhada com inchaço da pele, queda da pressão, batimentos cardíacos acelerados, broncoespasmo e edema de glote. Diante do efeito, o tratamento precisa ser feito rapidamente pelo médico.

2. Efeitos tóxicos da substância

Dependendo do paciente, o contraste pode ter efeito tóxico ao organismo. Assim, algumas das reações incluem efeitos diretos na corrente sanguínea. Como consequência, a queda da pressão ou inflamação do local da aplicação, podendo causar efeitos tóxicos em outros órgãos, como:

  • Pele: dor no local da aplicação, vermelhidão, inchaço ou formação de caroços
  • Estômago e intestino: náuseas, vômitos ou diarreia
  • Rins: redução de urina ou insuficiência renal
  • Cérebro: dor de cabeça, tontura, confusão mental ou convulsão
  • Pulmões: falta de ar e crises de asma
  • Coração: aumento da pressão arterial e arritmias cardíacas.

3. Efeitos no sistema nervoso

As reações vasomotoras ou vaso vagais foram registradas durante a administração de contraste, embora não sendo diretamente provocadas pela substância, pois normalmente são associadas à ansiedade ou à dor pela aplicação, provocando estímulos no sistema nervoso e vascular. As reações incluem queda da pressão arterial, diminuição dos batimentos cardíacos, desmaios, confusão mental, palidez ou suor frio.

Morte de psicóloga

Bruna Nunes de Faria, de 27 anos, psicóloga e servidora na Prefeitura de Luziânia, foi a óbito depois de passar mal. Ela recebeu o contraste para um exame de ressonância magnética do coração. O procedimento médico foi feito em uma clínica de Goiânia. A mãe da vítima, Jane Alves, informou que a filha sofreu um choque anafilático. Essa é uma reação mais grave de hipersensibilidade, que é desencadeada por inúmeros agentes, incluindo o medicamento contraste.

A psicóloga tinha sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico 45 dias antes da morte. A ressonância foi pedida como forma de investigar as causas e condições do AVC. A mãe dela lembra que Bruna já tinha passado por esse tipo de exame, no entanto, nunca no coração.



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