Grupo criminoso usava laranjas para fraudar concorrências em licitações

O grupo criminoso investigado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) em operação deflagrada na manhã desta quarta-feira, 7, agia por meio empresas em nomes de laranjas, na intenção de simular concorrências em licitações. A Operação Limpeza Geral cumpre mandados de prisão e busca e apreensão em 15 municípios do Estado, mas já foram identificados indícios de fraude em pelo menos 34 municípios goianos.

Segundo a investigação do MP, os integrantes do grupo forjavam a contratação direta – sem licitação – das empresas, para poder executar os desvios de recursos públicos. O MP ainda aponta que os desvios eram realizados em serviços ou bens não entregues ou não executados, inclusive com envolvimento de agentes públicos.

Mesmo sendo empresas laranjas, elas eram listadas com múltiplas atividades em seus contratos sociais, o que permitia a atuação em várias negociações diferentes. Entre algumas observadas pelo MP, por exemplo, estão: locação de equipamentos e estruturas para shows e eventos de cantores sertanejos e afins, fornecimento de mão de obra para manutenções – como contratação de pedreiros, pintores, serventes, funcionários de limpeza e outros prestadores de serviços –, locação de veículos, e até mesmo materiais higiênicos e hospitalares destinados ao combate da COVID-19.

Operação Limpeza Geral

A operação ocorre por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Nerópolis, Leopoldo de Bulhões, Campo Limpo de Goiás, Silvânia, Pirenópolis, Luziânia, Iporá, Rubiataba, Araguapaz, Uruaçu, Campos Verdes, Crixás e Palmas (TO).

Ao todo, são 22 mandados de prisão preventiva e 50 mandados de busca e apreensão expedidos para endereços relacionados ao grupo. Segundo o MP, os investigados receberam, entre 2015 e 2022, mais de R$ 300 milhões em empenhos pagos por municípios do Estado.

Participam da operação 30 promotores de Justiça, 23 delegados de Polícia, 65 agentes policiais e 100 policiais militares, além de servidores do MPGO e integrantes da Polícia Penal e do Corpo de Bombeiros de Goiás.



Jornal Opção