O que quer Guilherme Boulos com ameaças ao governador de São Paulo?
Usando um tom agressivo como de praxe, o deputado eleito por São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), em discurso feito durante ato da esquerda na Avenida Paulista no último dia 9, fez duras ameaças ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ele convocou toda a militância a sair no braço se o governador não agir com rigor contra atos de manifestações parecidos com os ocorridos em Brasília.
“Quero mandar um recado para um cidadão chamado Tarcísio de Freitas”, disse em tom raivoso. “Que nem passe pela sua cabeça imitar o Ibaneis Rocha (governador afastado do Distrito Federal), aqui. Nós não vamos deixar! Se algum golpista ou canalha invadir a Assembleia legislativa de SP e a Polícia fizer corpo mole, nós vamos tirar no braço”.
Após sua fala enfurecida, causando revolta e gritos de euforia dos militantes, Boulos conhecido por liderar o Movimento dos Trabalhadores sem Teto (inclusive com invasões às vezes violentas), enalteceu a “luta pela democracia”, enfatizando que todos os presos em Brasília não merecem anistia. A fala do líder de movimentos de invasões a propriedades se parece muito com os discursos do seu guru Lula da Silva, nos anos 80. Ele parece estar trilhando o mesmo caminho que o seu líder. O que Boulos está querendo com isso? Talvez está pensando em ser o sucessor de Lula?
O que precisa ser analisado nessa fala é que, da mesma forma que os apoiadores do ex-chefe do executivo, Jair Messias Bolsonaro – chamados antidemocráticos –, cometem crime ao incitarem um suposto golpe de estado quando conclamam seus correligionários a irem para as ruas, Guilherme Boulos age de igual modo, podendo ser enquadrado nos mesmos artigos que os bolsonaristas. Neste caso, ele também comete incitação ao crime. A mensagem que o “democrático” Boulos passa aos seus seguidores é de que não vão aceitar atos do governo que não os agradem. É bom lembrar que toda militância extremista é um perigo para todos, e aqui estão também inclusos bolsonaristas extremistas.
Boulos, ao fazer uma argumentação desse porte, declara que, realmente, é um extremista e, sendo assim, merece investigação por parte da Polícia Federal. As perguntas que ficam são: será investigado por crimes antidemocráticos ou a Justiça é somente para um lado? O ato do deputado é democrático? Fortalece a democracia? Ele conclama a sua militância para manifestações constantes e que, a partir de agora, irão tomar as ruas em favor da “democracia”.
A narrativa do líder dos sem teto, joga por terra o discurso de Lula da Silva, de união do país, de “amor venceu o ódio”. Está todo mundo pregando a paz e Boulos está na contramão, estimulando mais violência depois de tudo que vimos no dia 8, em Brasília. Na prática, Boulos cometeu um crime e deixou sua assinatura.