Propostas de decretos golpistas estavam na casa de todo mundo, revela Valdemar Costa Neto
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, revelou em entrevista ao jornal Globo que havia decretos golpistas semelhantes ao encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres com vários outros personagens políticos. Líder do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, Valdemar disse que ele mesmo chegou a ter contato com vários documentos para remover Lula, “mas tudo fora da lei”
“Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo. Muita gente chegou para mim agora e falou: ‘Pô, você sabe que eu tinha um papel parecido com aquele lá em casa. Imagina se pegam’”, declarou o presidente do partido, alertando que sempre teve o cuidado de triturar os papéis com que teve contato.
Segundo ele, as propostas circulavam “direto” entre pessoas do governo, mas nada foi feito pois as propostas iam contra a Constituição. “ Vi que não tinha condições, e o Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei. A pressão em cima dele foi uma barbaridade. Como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe. Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer”, comentou Valdemar
Futuro de Bolsonaro
O presidente da legenda também comentou sobre o silêncio de Bolsonaro diante dos pedidos de intervenção e de seu futuro no PL. Para Valdemar, o ex-presidente não comentou a situação por baque emocional após a derrota. Ele, inclusive, atribui isso ao despreparo do ex-presidente para uma possível derrota nas urnas. “Perguntei o que era, e ele disse que estava comendo, porque ele ficava quatro ou cinco dias sem comer nada. O mundo dele virou de ponta-cabeça”, relatou.
Valdemar diz que tem falado pouco com Bolsonaro, como de costume, porque o ex-presidente nunca foi de conversar muito. Agora, ele aguarda o retorno de Bolsonaro para o Brasil “para conduzir essa bancada de direita que nós temos aqui”. Nesse sentido, Valdemar é otimista e não acredita que Bolsonaro possa ficar inelegível, dizendo que isso “não tem cabimento”.
“Tem vários processos contra ele, como qualquer presidente que sai. Vai condenar por quê? Por que ele falou isso ou aquilo? Não tem cabimento. Que crime ele cometeu? Isso é uma loucura”, critica.