Crimes de estupro contra a criança e ao adolescente seguem em alta em Goiás

No início do mês de fevereiro, Goiás se deparou com o fato chocante da menina de 14 anos que fez o próprio parto e matou o bebê logo após dar à luz. O caso aconteceu no município de Porangatu e o pai da criança seria o namorado de sua prima, maior de idade. O casal ajudou a adolescente na prática do crime e foi indiciado pelo ato infracional análogo a homicídio e homicídio triplamente qualificado. O genitor da criança, entretanto, não foi indiciado por estupro de vulnerável, pelo fato de haver conscentimento por parte da menina.

De forma frequente, diversos casos de estupro a crianças e adolescentes são registrados em Goiás, mesmo sob a existência de canais de denúncia para combate ao crime. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), as ações efetivas realizadas pela pasta nos últimos anos têm vencido as subnotificações e encorajado as vítimas, familiares das vítimas ou até mesmo vizinhos e conhecidos, a buscarem apoio policial.

Ainda assim, foram registrados no estado, no último ano, 1.699 casos de estupro a crianças de zero a 12 anos de idade. Em 2021, o número foi de 1.502. Já contra adolescentes de 12 a 17 anos, o registro foi de 1.196 em 2022 e 1.239 em 2021, conforme dados fornecidos pela SSP-GO ao Jornal Opção, com informações do Registro de Atendimento Integrado (RAI). 

Apenas na capital, conforme dados da Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente (DPCA), foram 266 registros em 2022 e 247 em 2021, com 31 prisões em flagrantes recebidos no ano passado e 36 em 2021.

Atenção

Titular da DPCA, a delegada Caroline Borges Braga ressalta a necessidade do cuidado e atenção às crianças e adolescentes, para evitar a prática do crime. “Não deixar sozinha com estranho, nem mesmo com familiares, não confiar em todo mundo, ter o máximo de diálogo com a criança para ela ter abertura e, em qualquer situação inicial de ato libidinoso conseguir relatar, se abrir e impedir que esses atos se perpetuem”, enfatiza.

“A pedofilia é a parofilia, um transtorno de preferência sexual. Então, a prática desse crime tem a ver com essas questões de transtornos e as leis, que impedem que o autor seja punido de imediato. Existem várias possibilidades de ele recorrer e isso acaba causando reincidências”, salienta a profissional. 

Canais de Denúncia

A SSP-GO reforça a importância das denúncias, uma vez que crimes contra crianças e adolescentes, em sua maioria, ocorrem dentro do ambiente familiar. Além do canal da polícia militar, número 190, denúncias podem ser feitas pelo fique 100 e 180. Importante ressaltar se o perigo for naquele momento a melhor meio de denúncia é o 190.



Jornal Opção