Homem que participou do assassinato de Leonardo Pareja é preso pela PM
José Carlos dos Santos foi preso pela polícia Militar de Anápolis na tarde da última segunda-feira, 27. Ele é um dos condenados por participar do assassinato do superstar do crime, Leonardo Pareja, em dezembro de 1996. O homem estava foragido da justiça desde 2018.
Segundo informações da PM, a prisão foi feita após compartilhamento de informações sobre um possível ladrão de motos. Ao identificarem José Carlos dos Santos foi constatado que ele tinha mandado de prisão em aberto e era considerado foragido da justiça pelo crime de assassinato.
José Carlos tinha conta si a prisão decretada com pena de 45 anos e 6 meses por participar da do assassinato de rivais dentro do antigo Cepaigo, em dezembro de 1996. Entre as vítimas estava Leonardo Pareja.
José Carlos foi um dos cinco condenados pela morte de Leonardo Pareja, que ficou conhecido por liderar uma rebelião que durou seis dias no antigo Cepaigo. Na época, o criminoso conseguiu fugir ao fim da rebelião, levando seis reféns. Ele foi recapturado um dia depois em Porangatu, no norte de Goiás. O Pareja foi morto após informar à direção do presídio um plano de fuga dos acusados através de um túnel que era cavado no presídio.
Relembre a história de Pareja
Em setembro de 1995, Leonardo Rodrigues Pareja assaltou um hotel em Feira de Santana, na Bahia, e manteve como refém, por três dias, uma adolescente de 16 anos, sobrinha do então senador Antônio Carlos Magalhães.
A fama de Pareja começou enquanto ele negociava com a polícia coberto por lençóis, dificultando a atuação de atiradores. Ele eventualmente liberou a adolescente, mas fugiu dos policiais e passou mais de um mês debochando e desafiando a atuação da corporação. Pareja chegou a conceder entrevistas a emissoras anunciando seus próximos passos. A atuação do goiano atraiu atenção do País e se tornou assunto, principalmente quando sua infância e adolescência de classe média foram reveladas.
A uma repórter da Rede Globo, o criminoso entregou sua localização e foi capturado pela polícia. Em abril de 1996, ressurgiu na mídia ao liderar uma rebelião de sete dias no Centro Penitenciário de Goiás (Cepaigo). No ocorrido, ele e outros 43 detentos fugiram após fazer alguns anônimos e autoridades locais de reféns, segundo publicação da revista Veja de 10 de abril de 1996. No mesmo ano, Pareja foi tema do documentário “Vida Bandida”, de Régis Faria.
Um estudante de Direito acompanhou Pareja durante seus últimos momentos em fuga, antes de voltar à prisão. Ele foi cercado, entregou seu revólver para o refém e entregou-se. A rebelião chegou ao fim pouco depois. 16 prisioneiros foram recapturados e os reféns foram liberados.
“Eu me rendi. De forma alguma fui preso. Eu estava retornando para Goiânia, só que não dava para ultrapassar todas as barreiras [policiais]. As primeiras que ultrapassei já deram problema. Então achei melhor parar e chamamos as autoridades”, explicou ele à Agência Estado.Pareja foi morto com sete tiros efetuados por cinco colegas de prisão em 10 de dezembro de 1996, pois teria delatado a existência de um túnel por meio do qual alguns dos criminosos fugiriam. Seu plano era fugir somente no Natal ou no Ano Novo. Os cinco assassinos foram condenados a 45 anos e 6 meses de reclusão em abril de 2015, quase 15 anos depois.
O enterro de Pareja foi marcado por discussões entre a polícia e admiradores. Uma bandeira do Brasil deixava em cima do caixão foi tirada à força por agentes militares. O cadáver quase precisou retornar ao Instituto Médico Legal (IML) para ser embalsamado novamente, pois as pessoas o apertavam.
Antes de morrer, o goiano pretendia orientar a juventude. Após sua prisão em 1995, ele assinou contrato para publicação de um livro, o qual começou a ser vendido em 10 de outubro de 1996. Metade do lucro seria usada para criação de uma fundação destinada a reeducar menores infratores, declarou Pareja durante coletiva de imprensa realizada dentro do Cepaigo em 1º de outubro daquele ano e concedida pela Justiça criminal.