Justiça autoriza investigação de seis PMs acusados de torturar família em Goiânia
A Justiça goiana autorizou que seis policiais militares sejam investigados por supostas torturas e outros supostos crimes cometidos contra família e casal de amigos. O caso teria ocorrido em Goiânia, no mês passado. Os celulares deles foram apreendidos para averiguações. A decisão judicial foi uma resposta a um pedido feito pelo Ministério Público de Goiás (MPGO).
Todos os policiais foram presos, por determinação da Auditoria Militar. O inquérito está tendo auxílio da 84ª Promotoria de Justiça de Goiânia. Na ação ajuizada, é destacado o depoimento da vítima ao MP-GO, que pretende oferecer em breve a denúncia e dar início à ação penal contra os agentes.
Segundo a mulher, em 7 de janeiro deste ano, por volta das 20 horas, estava dirigindo o seu carro, acompanhada por seu companheiro e um casal de amigos, com um filho pequeno, quando foram abordados, por homens que se identificaram como PMs. Eles estariam sem fardas e em um carro descaracterizado.
Na sequência, um segundo veículo com as mesmas características teria encostado e outros homens desceram, informando que também eram policiais. Esses teriam chegado na companhia de uma viatura, ocupada por Celimar dos Santos Ferreira e Iago Henrique Costa Silva.
Família foi agredida e tortura
A vítima relatou que durante a ação os policiais exigiram R$ 58 mil e porções de crack da família. Ela teria respondido que não possuía esse tipo de produtos e, mesmo assim, foram presos e levados para uma área isolada no Setor Boa Vista, próximo da Avenida Goiás Norte.
Ela disse que foi conduzida na chamada ‘gaiola’ da viatura pelos policiais Celimar e Iago. Os demais teriam sido levados nos veículos descaracterizados e o carro dela conduzido por um dos PMs sem farda e deixado em um posto de combustível.
De lá, seguiram por uma estrada de terra até uma clareira, localizada em uma área de mata fechada. A vítima teria sido separada do grupo e submetida a agressões e tortura. A sessão de espancamento teria parado, quando ela fez uma promessa de entregar uma quantidade de cigarros que, supostamente, estaria na casa dela.
No endereço, os policiais teriam invadido o imóvel, vasculhado tudo e não encontrado nada. Após algumas voltas, eles retornaram ao posto de combustível, onde a vítima e o casal de amigos foram liberados.
Entretanto, o esposo da mulher teria sido detido por Celimar e Iago e levado para o estacionamento de um comercial, onde, supostamente, foi forjado um flagrante por crime de tráfico de drogas e o conduziram à delegacia.