Adriana Accorsi diz que combater o crime organizado é desafio para todos os governos
A deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT) passou a integrar como titular a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados. Ao Jornal Opção ela detalhou um pouco sobre a atuação do colegiado e da importância do debate no parlamento para dar suporte às ações do governo federal para a toda a área de segurança no país.
Accorsi foi enfática em relação à onda de violência em Natal (RN) e rebateu as acusações de que o PT seja benevolente com o crime organizado e a bandidagem. “Não existe relação com o governo do PT”, rechaçou. “Os ataques que aconteceram em São Paulo, por exemplo, era no governo do PSDB. Todos os governos estão sujeitos. O próprio governador Caiado tem colocado a preocupação com o crescimento do crime organizado em Goiás. Então é um desafio para o país, independente de questão partidária”, comparou.
Segundo ela, os criminosos tiverem maior acesso a armamento pesado e registro ao uso das Forças Armadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “O crime organizado foi altamente armado pela política descontrolada e desenfreada do armamento da população que ele imprimiu”, ressaltou. “O próprio Exército admite que perdeu o controle. O episódio da prisão do ex-deputado Roberto Jeferson mostrou isso. A Polícia Federal não teve acesso ao armamento que ele havia adquirido. Só o Exército tinha esta informação e não repassou para a polícia”, frisou.
A parlamentar aponta medidas eficazes para o enfraquecimento das organizações criminosas no país. A primeira seria o monitoramento rigoroso dos chefes das facções, com controle efetivo respeitando os Direitos Humanos e eliminando a transmissão de ordens criminosas. Neste contexto, segundo a delegada de polícia: “O principal combate ao crime organizado é anular a questão financeira deles. É tentar de alguma forma, e existe a inteligência que vai saber demonstrar isso, como impedir o processo tanto para adquirir armamento como para se organizarem”, acentua.
Feminicídio e infanticídio
A deputada citou que a preocupação dela na comissão é também com o aumento da violência contra mulheres e crianças. “Grupos que têm sido atingidos por criminalidade muito graves, como as mulheres. Essa epidemia de feminicídio que temos vivido. O grande número de crianças sendo mortas por agressões dentro de casa. Um número recorde de estupros, inclusive Goiás que é campeão de estrupo de crianças até 13 anos”, salientou.