Delegado confirma denúncias informais contra creche de VG

O delegado Marlon Luz, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá, confirmou nesta terça-feira (23) que recebeu “dezenas” de denúncias contra a creche Criança Feliz, em Várzea Grande, onde um bebê de cinco meses morreu na semana passada.

Nós recebemos de maneira informal uma declaração de óbito informando que a causa é traumatismo craniano

 

“[Recebemos] dezenas de relatos de mães dizendo que seus filhos foram lesionados na creche, por meio de denúncias anônimas. Não podemos levar isso como verdade, mas servirá para contextualizar o funcionamento da creche”, disse.

 

Para o delegado, a repercussão do caso pode ter encorajado as mães a fazerem as denúncias. Apesar disso, os relatos não terão muito impacto no andamento da investigação, mas servirá para apontar possíveis condutas recorrentes da rotina de funcionamento da creche.

 

Marlon Luz confirmou ainda que uma perícia foi realizada na creche na tarde desta terça (23).

 

Causa da morte e funcionamento irregular

 

O delegado enfatizou que somente após a finalização do laudo pericial de necropsia é que poderá apontar se houve ou não algum crime.

 

“Nós recebemos de maneira informal uma declaração de óbito informando que a causa é traumatismo craniano. Porém, essa informação não é suficiente para vincular a morte a uma infração penal. Então a Polícia Civil aguarda a confecção do laudo pericial de necropsia, documento técnico suficiente que vai dizer a causa e circunstância da morte”, afirmou o delegado.

 

Os funcionários da creche alegaram à Polícia que o menino havia se engasgado com leite após a soneca, mas a certidão de óbito diz que a causa da morte foi um “traumatismo cranioencefálico produzido por instrumento contundente”.

 

Para o delegado, é a partir do laudo que será possível entender a dinâmica do caso e se a morte tem ligação com alguma infração penal e atribuir a cada uma das pessoas envolvidas a prática de eventual crime.

 

“Se o bebê foi lesionado em períodos anteriores ao dia 17 e as lesões foram capazes de provocar a morte, essas informações estarão presentes no laudo. Por isso não ainda não é possível atribuir a existência de um crime”.

 

Todos os funcionários da Criança Feliz foram ouvidos e negaram acusações de que o bebê tenha sofrido qualquer tipo de lesão no local. Segundo o Conselho Municipal de Educação (CME) de Várzea Grande, a creche funcionava sem autorização.

 

“Já requisitamos informações aos órgãos competentes porque tivemos a informação primária que a creche estava irregular e quando a resposta vir poderemos fazer uma análise mais precisa. Mas porque funcionava se estava irregular?”, indagou Marlon.

 

 

Para o delegado, se a creche realmente estava funcionando irregularmente, isso pode corroborar com a existência uma negligência funcional, imprudência que potencializaria a prática de um eventual homicídio culposo.

 

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