Trio acusado de matar Ariane Bárbara vai a júri popular
Depois de um ano e três meses, o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri, acatou o pedido do Ministério Público de Goiás (MP), para que os três jovens acusados de matar e ocultar o corpo de Ariane Bárbara, de 18 anos, sejam submetidos ao Tribunal do Júri, mais conhecido como júri popular. A data do julgamento, porém, ainda não foi marcada.
Os réus são Enzo Jacomini Carneiro Matos, transexual mais conhecido como ‘Freya’, Jeferson Cavalcante Rodrigues e Raissa Nunes Borges. Há ainda uma quarta acusada, Sarah Francisca, mas ela não enfrentará o júri por ser menor de idade.
A jovem foi morta a facadas dentro de um carro pelo quarteto no dia 24 de agosto de 2021, no Setor Jaó, em Goiânia. Ariane foi abandonada em uma mata da região depois de ser morta. O magistrado entendeu que não há motivos para prolongar o julgamento, devido à forma como o crime foi praticado.
“Se encontra devidamente comprovada pelo Laudo de Exame Cadavérico, bem como ao de ocultação de cadáver, também, indicada no Laudo de Local de Morte Violenta”, frisou.
Participação
Jessuir destacou que há indícios suficientes de que Enzo e Raissa, acompanhados da adolescente, podem ter matado a vítima Ariane, bem como teriam ocultado o cadáver. Jeferson, por outro lado, teria prestado auxílio material e moral para praticar o homicídio. O juiz pontuou que o manancial probatório apontou, ainda, que os acusados podem ter corrompido a adolescente Sarah Francisca.Pronúncia
O magistrado verificou, por meio de provas coligidas aos autos, a presença dos requisitos necessários para a prolação da decisão intermediária de pronúncia, uma vez que a materialidade dos delitos encontram-se demonstradas e comprovadas e existem indícios de autoria que pesam contra os denunciados.
“Não há que se falar em impronúncia dos acusados em relação aos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e corrupção de menor não merecem acolhimento”, frisou.
Crime
O inquérito policial narra que Jeferson, Raíssa, Enzo e Sarah (menor), conheceram Ariane por frequentarem uma pista de skate pública, localizada próximo a um supermercado de Goiânia.
Raíssa, então, decidiu realizar um ‘teste prático’ com ela mesma a fim de averiguar se ‘psicopata’. Ela se colocou à prova para tirar friamente a vida de um ser humano e não sentir remorsos. Diante disso, Jeferson, Enzo e a adolescente resolveram auxiliar Raíssa a executar o plano dela.
No dia do crime, Raíssa tentou estrangular Ariane, mas sem sucesso por não ter força física suficiente. Ainda, com o veículo em movimento, Enzo trocou de assento com Raíssa e passou a enforcar a vítima pelas costas, golpe conhecido por ‘mata-leão’, fazendo com que Ariane desmaiasse.
Raíssa então voltou para o banco de trás e com a ajuda da menor esfaquearam Ariane. Após matarem a vítima, Jeferson parou o veículo para que Raíssa e a menor colocassem o corpo dela no porta-malas, o qual havia sido antecipadamente forrado por ele com saco plástico. A partir daí, Enzo indicou um matagal que era de seu conhecimento, situado no Setor Jaó, como sendo um lugar ideal para desovarem o cadáver da jovem.
Ao chegarem no destino, os denunciados carregaram o corpo de Ariane na mata e lá o cobriram de terra e pedras. Depois de esconderem o cadáver, eles foram até um banheiro público localizado na galeria Pátio do Lago, para se limparem, e, em seguida, pararam para lanchar.