Entenda a conexão entre desarmamento e desinformação no Brasil
Autoridades ditatoriais, à direita ou à esquerda, sempre tiveram impulsos de ter, debaixo de seu comando, sociedades desarmadas. Eis a maneira “socialista” ou “progressista” de pensar; sentir-se inerme torna o indivíduo mais temeroso, logo mais obediente; e afinal deter armas, que dá poder, ainda que limitado, só deve competir ao Estado, a quem cabe velar pelo bem-estar e pela segurança de todos, do nascimento até a morte. Dentro desse raciocinar, toda a circunstância é posta de lado, tudo se resume a um simplismo que não funciona, a não ser em uma ditadura nos moldes soviéticos. E é facílimo desmentir os mitos desarmamentistas de uma esquerda utópica e disfuncional.
Mito 1
As armas são responsáveis pelo aumento da criminalidade. Mais armas, mais crimes. Falso! O contexto que cerca a criminalidade varia de país para país, e pode ter causas muito diferentes. No Brasil, cercado pelos maiores produtores mundiais de entorpecentes, com seu território servindo de rota de distribuição e principalmente de exportação de drogas, com o narcotráfico local muito rentável e organizado, o vetor dominante e muito dominante do crime não é a arma, é a droga. Quem diz o contrário, o faz por ignorância ou má-fé, principalmente pela última. Autoridades sérias do setor da Segurança, sejam elas oficiais de inteligência das Forças Armadas, delegados especializados da Polícia Federal, patrulheiros experimentados da Polícia Rodoviária, delegados de Polícia Civil, Oficiais antigos das Polícias Militares, e mais, promotores e juízes sabem disso. A esmagadora maioria dos crimes brasileiros se apoia na droga. A arma, qualquer que seja, é um veículo. Muita energia no combater o tráfico diminui o crime. Afrouxamento policial faz com que ele cresça. As armas legais nada têm a ver com isso, e a esquerda sabe disso. Dados indesmentíveis: o número anual de homicídios no Brasil cresceu de cerca de 20 mil para mais de 60 mil com a política leniente de Segurança e em pleno desarmamento, em pouco mais de três décadas de governos “progressistas”. Só nos últimos quatro anos, em que as polícias endureceram, os assassinatos caíram cerca de 20%.
Mito 2
O Brasil tem um número muito grande de armas em mãos da população. Nos últimos anos foi um exagero o que se vendeu de armas. Falso!
Nos últimos quatro anos houve uma maior procura de armas, por parte de civis, dado uma relativa desburocratização promovida pelo governo atual. A demanda estava reprimida há décadas. Mas o número de armas em poder dos civis legais brasileiros é pequeno. Muito pequeno, aliás. Nos EUA existem 90 armas em mãos civis para cada 100 habitantes (quase uma por habitante); em Portugal, são 14. Na Itália, 7 armas por habitante, em mãos civis. No Brasil, apenas 1,4 armas legais para cada 100 brasileiros. Número insignificante, o brasileiro: Sessenta vezes menor que nos EUA, dez vezes menor que em Portugal, cinco vezes menor que na Itália.
Mito 3
O governo Bolsonaro liberou geral na venda de armas (afirmativa do futuro ministro da Justiça, o comunista Flávio Dino). Falso!
O governo Bolsonaro pouco pôde fazer. Apenas baixou alguns decretos diminuindo um pouco a burocracia e liberando alguns calibres de armas que eram proibidos no Brasil, embora permitidos no mundo todo. O Brasil é um dos países mais rígidos na autorização para venda de armas. Seja o adquirente um pretenso caçador, alguém que apenas quer uma arma de defesa em seu estabelecimento industrial, rural ou comercial, ou mesmo um atirador desportivo olímpico que represente o Brasil, para conseguir efetuar sua compra, terá que enfrentar uma incrível barreira burocrática, que demanda meses para ser transposta. As exigências são variadas: atestados de antecedentes, cursos de segurança e manejo de armas, exames psicotécnicos, filiação e frequência em clubes de tiro. Os documentos a obter do Exército ou da Polícia Federal são vários: Licença de compra de arma, licença para compra de munição, certificado de registro individual e de cada arma, que vencem ao fim determinado período, guia para transporte de cada arma e assim por diante. Vale dizer que em um país socialista, como Portugal, as exigências não chegam a 10% das exigências brasileiras. O futuro ministro da Justiça simplesmente não sabe o que diz.
Mito 4
A preocupação dos governos FHC, Lula e Dilma sempre foi limitar o armamento para reduzir a criminalidade. Falso!
Se assim fosse, a principal preocupação seria limitar o armamento poderoso e moderno que abastece os traficantes incrustrados nas periferias urbanas, principalmente do Rio de Janeiro, que dominam vastas áreas das favelas, onde são o poder legislativo, executivo e judiciário. O ministro da Justiça petista, Marcio Thomaz Bastos, quando implantado o Estatuto do Desarmamento e deflagrada campanha de entrega de armas pela população, foi inquirido por um repórter sobre as armas dos bandidos e teve como resposta que o desarmamento era voltado para a população, não para a marginalidade. Em poucas palavras, disse que o governo tinha mais preocupação com o revólver do fazendeiro que nunca havia cometido nenhuma infração legal do que com o fuzil do traficante que assassinava os assaltados e os rivais. Nunca houve uma mínima campanha que fosse, por parte de Lula, Dilma ou FHC para deter o fluxo de fuzis de grosso calibre que entra através do Rio Paraguai, pelas fronteiras secas ou pelo porto do Rio de Janeiro. Sequer uma blitz para verificar contêiners ou um reforço na guarda costeira jamais foram feitos. Nada, absolutamente. As apreensões do tráfico ficaram por conta das Polícias Militares em suas perigosas operações, e as armas apreendidas logo eram substituídas por outras contrabandeadas, até mais modernas. Até armas .50, capazes de derrubar aeronaves e perfurar blindagem de carros de combate, foram apreendidas nos morros cariocas. Um petista poderia dizer que nada poderiam Lula e Dilma fazer contra esse contrabando, que a fronteira seca é imensa etc. Também falso.
Lembra-se de Fernando Lugo, o bispo pedófilo que presidiu o Paraguai de 2008 a 2014? Ligadíssimo a Lula e Dilma obteve favores imensos, com dinheiro do trabalhador brasileiro, como o aumento exagerado na tarifa de Itaipu, paga ao Paraguai. Lugo faria qualquer coisa que os petistas pedissem. Ora, toda autoridade policial sabe que boa parte do armamento do tráfico brasileiro vem do Paraguai. Ali chega comprado legalmente, principalmente nos EUA por empresas paraguaias, que os exportam ilegalmente para o Brasil. Tivessem o menor empenho Lula e Dilma, e obteriam de Fernando Lugo uma ação sobre essas empresas para cessar as operações. Mas nunca sequer cogitaram disso. Não é de admirar que tenha a vitória de Lula tão efusivamente sido comemorada nos presídios.
Muito mais poderia ser dito sobre o tema, mas já vai longe o assunto. Fiquemos por aqui.