Três animais foram vítimas de maus-tratos por hora em Goiás

Goiás foi palco de três animais vítimas de maus-tratos por dia, em 2022. Até esta terça-feira, 27, em 360 dias corridos, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) registrou 1.200 denúncias, com uma média de 100 casos por mês.

No Brasil, o número de ‘bichos’ abandonados ou vítimas de maus-tratos chega a 185 mil, de acordo com o levantamento do Instituto Pet Brasil (IBP). O balanço, porém, está bem distante da realidade, conforme o delegado Luziano Carvalho.

“O crime de maus-tratos é referente apenas a cães e gatos. Ou seja, há uma descriminação, além de que não é tudo que caracteriza crime. Não existe apenas esse número de animais vítimas de abandono, com certeza eles não foram no Morro do Mendanha. É assustador a quantidade de animais abandonados lá. Isso não é apenas nas capitais, mas no interior também”, exaltou.

Goiânia concentra maior parte  

A capital concentra a maior quantidade de animais vítimas de maus-tratos, com 738 denúncias. Ou seja, 61,5% dos crimes contra cães e gatos ocorreram no território goianiense. Vale lembrar que pessoa que for presa praticando esse tipo de crime pode pegar uma pena de até 5 anos de prisão, além de não ter direito a fiança como ocorreu com o vereador Heder Alves Cruvinel (PSDB). 

O político de Itajá foi preso em flagrante no último dia 6, após atirar contra o rosto de um cachorro. À Polícia Civil (PC), o parlamentar confessou a ação e alegou que tentava proteger uma criação de porquinhos-da-índia. O animal seria de uma criança que mora na mesma rua do parlamentar e teria fugido de casa, em um momento de distração da família, que deixou o portão aberto.

“A primeira arma para evitar os crimes de maus-tratos é a educação, analisar de forma racional que está lidando com uma vida. Eles sentem dor, tem sentimentos igual a gente. Porém, não pode humanizar um animal. Colocar óculos, roupa, gravata e essas coisas é maus-tratos. Ao invés de pagar R$ 20 mil em um cachorro, vai lá é adota um de rua. Se não tem condição de criar um animal, então não pegue”, explicou.

Abandono

O investigador afirma ainda que grande parte dos animais de rua foram abandonados pelo dono por não ter condições de cuidar da cria. Ele afirma que é necessário consciência na hora de adotar um animal, principalmente se o tutor morar em lugares fechados, como apartamentos.

“O animal que vive em apartamento é loucura. Pensa, ficar trancado o dia todo. Ai a pessoa fala que desce duas vezes com o animal? E o animal quer descer apenas duas vezes? Ele quer descer a hora que ele quiser. Vai lá ficar dois meses trancado em um hotel do seu gosto. Você fica louco. Essas ONG’s, por mais bonito que seja o trabalho, cometem maus-tratos. Em um espaço pequeno colocar 600 animais? O mais pequeno vai apanhar e só comer resto”, concluiu.



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