Ex-sócio de clínica onde psicóloga morreu foi denunciado por liberar contrastes vencidos

 

Ex-sócio do Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) Portugal, em Goiânia, onde morreu a a psicóloga Bruna Nunes de Faria, de 27 anos, é investigado por ter autorizado o uso de contraste vencido no início de maio de 2020. O inquérito foi enviado ao Judiciário em fevereiro de 2021 e ainda tramita na Justiça.

Segundo o inquérito, revelado pelo jornal O Popular, o médico radiologista Celso Augusto de Paula Nunes, ainda na condição de sócio da clínica, havia liberado o uso de contraste vencido entre os dias 30 de abril e 13 de maio de 2020. Funcionários denunciaram o episódio ao diretor técnico do CDI Portugal, o médico radiologista Ary Monteiro Daher do Espírito Santo, que levou a denúncia à Polícia Civil. O boletim foi registrado na Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor (Decon), no dia 12 janeiro de 2021.

Investigação

Em depoimento referente à investigação da morte de Bruna Faria, Ary declarou à PC que o contraste vencido foi aplicado por ordem de Celso e que os outros sócios só foram informados posteriormente, quando o caso foi encaminhado à Decon, em 2021. As primeiras denúncias foram realizadas por funcionários no início de maio de 2020, apesar da tentativa de um estoquista da clínica de es livrar dos produtos.

Segundo o relato de Ary, eram 80 seringas no valor de R$ 3,2 mil, recolhidos e descartados assim que tomou conhecimento da situação.

Também em depoimento à Polícia, Celso afirmou que não era responsável por conferir validade dos contrastes, nem de gerenciar o estoque. Além disso, negou a reconhecer que teria sido informado sobre o uso dos contrastes vencidos.

Responsabilidade

Em fevereiro de 2021, Celso chegou a ser indiciado por falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e crime contra as relações de consumo. No mês seguinte, foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). O caso ainda não teve desfecho e tramita na 1ª Vara Criminal de Goiânia. Atualmente, a Justiça aguarda laudo referente aos medicamentos apontados como vencidos e análise de câmeras da sala de controle de ressonância para porsseguir com as investigações.

Jornal Opção