“Brasil não é terra sem lei”, diz Vanderlan Cardoso em resposta aos xingamentos de Gayer
Felipe Fulquim
Os xingamentos feitos pelo deputado com a segunda maior votação por Goiás, nas eleições 2022, Gustavo Gayer (PL), aos senadores Vanderlan Cardoso (PSB) e Jorge Kajuru (PSB), rendeu uma ação de notícia-crime por difamação, calúnia e injúria ao deputado de primeiro mandato no Supremo Tribunal Federal (STF). Gayer usou suas redes sociais no dia 1º de fevereiro para atacar os colegas de bancada por seus votos em Rodrigo Pacheco para reeleição no Senado Federal com o apoio de seu principal opositor, o presidente Luís Inácio Lula da Silva.
No vídeo ele diz: – Nós não vamos esquecer. Em Goiás, Vanderlan Cardoso e Kajuru, dois vagabundos que viraram as costas para o povo em troca de comissão, não é não, Vanderlan? Eu tenho minhas convicções. Eu quero pegar a minha comissão, não é não, Vanderlan? Quero ver o senhor ser candidato a prefeito agora, seja candidato a prefeito. O Kajuru já é uma caricatura. O Kajuru ninguém fala com ele, que ele é um doido varrido.
Em nota, o senador goiano explicou o que o motivou a ingressar com a ação na suprema corte contra o seu conterrâneo no Congresso Nacional. “A Constituição Federal deixa claro que, aquele que usa da difamação, da calúnia ou da injúria deve ser responsabilizado civil, administrativa e criminalmente.”
Em outro trecho da nota ele reforça sua motivação em cobrar respostas do poder judiciário em relação às falas de Gayer. “Eu lamento que seja preciso instaurar processos judiciais para que essas pessoas entendam que o Brasil não é terra sem lei. Eu confio na Justiça e sei que a verdade vai prevalecer sobre a mentira.”
Vale relembrar que Cardoso e Gayer defenderam o mesmo palanque ideológico de Bolsonaro em oposição à Lula nas eleições de 2022. Porém, o ex-prefeito de Senador Canedo classificou as palavras do deputado como criminosas em relação ao seu voto na eleição da Casa revisora de Leis.
“A crítica é bem-vinda, as ideias contrárias são bem-vindas, mas o ataque à honra, a injúria, a calúnia e a difamação precisam ser punidas. As tentativas de desestabilização dos Poderes da República não são toleráveis, especialmente quanto vêm de quem integra um desses Poderes. Isso não é liberdade; é crime, é indecoroso, é ilegal.”
Cardoso e Kajuru foram agredidos verbalmente por Gayer por votarem a favor do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que foi reeleito com o apoio do presidente Lula, em uma disputa contra o senador Rogério Marinho (PL-RN) e aliado de Jair Bolsonaro (PL). Pacheco continuará no comando do Senado Federal no biênio 2023-2024 após receber 49 dos 81 votos possíveis.
Ainda na nota enviada à imprensa, o senador por Goiás lamentou a postura do colega congressista e classificou o episódio como um desrespeito à liberdade de expressão e à imunidade parlamentar. “Todos, sem exceção, devem se responsabilizar pelas consequências de seus atos. A liberdade de expressão e a imunidade parlamentar não podem ser usadas como um salvo conduto para agressões e violações da dignidade alheia, para cometimento de crimes.”