Processo caminha para a sentença; Silval e ex-secretários podem pegar 40 anos de prisão

Já caminha para a fase de sentença a ação penal relacionada à primeira fase da “Operação Sodoma”, que atribui ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e aos ex-secretários de Estado, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, os crimes de concussão (praticado por funcionário público, em que este exige, para si ou para outrem, vantagem indevida), extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Somadas as penas, pode ser aplicado detenção superior a 40 anos de prisão.

Também são réus o procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima, o Chico Lima, o ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Silvio César Correa de Araújo, e a funcionária da Fecomércio (Federação do Comércio), Karla Cecília de Oliveira Cintra.

Em despacho no dia 21 de março, a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, determinou que a defesa dos réus apresentem diligências complementares no prazo de 10 dias. A partir daí, o processo criminal caminha para a fase de sentença.

A primeira fase da “Operação Sodoma” apura um esquema de “venda” de incentivos fiscais na gestão do ex-governador Silval Barbosa. De acordo com as investigações, agentes públicos cobravam propina para conceder incentivos fiscais ao Grupo Tractor Parts.

Em delação premiada, o empresário João Batista Rosa, dono do grupo, afirmou que repassou mais de R$ 2 milhões ao grupo político liderado por Silval. As investigações apontaram o ex-governador como o líder da organização criminosa, tendo os ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi como os principais operadores.

Por conta das fraudes, Silval, Nadaf e Marcel estão presos desde setembro de 2015. Silval conseguiu revogar a prisão no início do mês, mas continuou detido por conta de mandados expedidos nas operações Seven e Sodoma 2. O mandado da operação Seven já foi revogado.

OUTRAS FASES

A Operação Sodoma já está em sua segunda fase e culminou na prisão preventiva do ex-secretário de Estado de Administração, César Zilio, suspeito de articular a compra de um terreno de R$ 13,5 milhões com cheques oriundos de propinas recebidas por empresas que mantinham contratos com o governo do Estado. Zílio teve a prisão revogada após ter, supostamente, colaborado com as investigações.

Pedro Nadaf e Marcel de Cursi também tiveram mandados expedidos na “Sodoma 2”. Os ex-secretários de Administração, Pedro Elias e José Jesus Nunes Cordeiro, e da chefia de gabinete, Sìlvio César Correa Araújo, também foram detidos por um susposto esquema de cobrança de propina junto a empresa Consignum, que gerencia os empréstimos consignados com dos servidores públicos.

Segundo o empresário Willians Paulo Mischur, dono da empresa, eram pagos entre R$ 500 mil e R$ 700 mil por mês ao grupo político liderado por Silval.