Homem é preso durante operação de combate ao trabalho análogo à escravidão

Tribuna Piranhense

A Polícia Militar (PM) informou, na noite desta terça-feira (23/01), que, atendendo solicitação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), realizou uma operação de combate ao trabalho análogo à escravidão na zona rural de Arenópolis. Segundo a PM, a ação foi realizada na Fazenda Velha, onde funciona uma carvoeira de propriedade de um homem identificado como Ronaldo Moraes de Oliveira, vulgo Ronaldo Leitão. No local, trabalhadores estariam sendo mantidos em condições precárias.

Ainda de acordo com a polícia, cinco pessoas – dentre eles um menor – foram encontradas e afirmaram terem sido sujeitadas a dormir em camas feitas de varas verdes e com colchões velhos, sujos e rasgados. Também foi constatada a falta de banheiros e água tratada.

As informações preliminares, divulgadas pela PM, dão conta de que as vítimas relataram que chegaram a trabalhar em troca de comida, sem nenhum acréscimo em dinheiro.

Outro fato, que chamou a atenção dos policiais, foi à presença de um menor de 12 anos na instalação usada para o trabalho com carvão. A criança não estaria frequentando a escola e, embora o ônibus do transporte escolar passe pela região diariamente, ela não poderia frequentar as aulas, pois o “patrão” teria se negado a fornecer os materiais escolares.

Além dos indícios de trabalho análogo á escravidão, os militares encontraram, na Fazenda Velha, três armas, sendo: uma carabina calibre 22, marca CBC, com sete munições intactas e uma deflagrada do mesmo calibre; uma espingarda tipo cartucheira Calibre 24 e uma espingarda de chumbo. Na propriedade rural, também foram localizadas duas motocicletas com chassis raspados, sendo uma Honda Bros é uma Yamaha YBR.

Ronaldo Moraes de Oliveira, as supostas vítimas, o armamento e as motocicletas foram apresentados na Delegacia de Polícia Civil de Piranhas. Inicialmente, Ronaldo foi autuado somente por posse ilegal de arma de fogo, pagou fiança e foi liberado.

A PM informou que o flagrante pelo crime de trabalho análogo à escravidão não foi possível pela falta de uma perícia do Ministério do Trabalho e/ou da Polícia Federal, responsáveis pela fiscalização deste tipo de delito.

Participaram da operação: major Sandro; 2º tenente J. Pereira; os sargentos Gilberto César e Claudimar e os cabos Jean e Josélia. O trabalho contou com o apoio da equipe de inteligência da 4ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM).